A conselheira federal e secretária-adjunta da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade, Silvia Cerqueira, foi homenageada pelo Conselho Pleno da OAB durante reunião virtual realizada nesta segunda-feira (11/11), em razão do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
O reconhecimento foi proposto pela presidente da Comissão, Suena Mourão. De acordo com ela, o CFOAB vive um marco histórico, com a primeira gestão da paridade de gênero e das cotas raciais, e ressaltou o papel relevante de Silvia Cerqueira, que é ex-presidente do colegiado.
“Neste mês de novembro, mês da Consciência Negra, nós temos a oportunidade de refletir sobre as vitórias e sobre os desafios da população negra no Brasil. E o que mais nos honra neste momento, enquanto advocacia negra e feminina, é poder reconhecer a trajetória de uma mulher negra, conselheira federal, que com sua coragem e determinação tem sido uma das maiores defensoras da justiça social, da igualdade, da equidade e da inclusão dentro da nossa própria OAB. Estou me referindo à conselheira federal Silvia Cerqueira”, salientou.
A presidente também relembrou os principais feitos da carreira da advogada. “Com sua história de mais de quatro décadas de contribuição com a advocacia, representou um papel crucial na implementação da política de cotas raciais dentro da OAB. Uma trajetória de impacto profundo, que transcende várias gestões dentro do Sistema. Ela foi a primeira conselheira federal negra na OAB e a primeira a presidir a Comissão Nacional de Promoção da Igualdade”.
Em seguida, Suena Mourão também solicitou, em nome da Comissão, a concessão da Medalha Rui Barbosa – maior manifestação honrosa feita pelo CFOAB, concedida aos profissionais que desempenham com excelência a prática da advocacia – a Silvia Cerqueira.
O presidente do CFOAB, Beto Simonetti, por sua vez, chancelou as palavras de Suena Mourão sobre o importante papel desempenhado pela advogada. Contudo, lembrou que a honraria – que só pode ser concedida uma vez por gestão – já foi outorgada ao membro honorário vitalício Bernardo Cabral.
“Não tenho dúvidas de que a história da conselheira mereça todos os reconhecimentos da advocacia nacional. No entanto, o que me impede de encaminhar à votação é a impossibilidade de outorga de uma segunda medalha Rui Barbosa nesta gestão”.
Medalha Rui Barbosa
Apesar da impossibilidade de conceder uma segunda Medalha Rui Barbosa durante sua gestão, o presidente Beto Simonetti sugeriu que a honraria seja outorgada, nas próximas gestões, a duas pessoas: um homem e uma mulher.
“A Medalha Rui Barbosa é datada de 1957, quando esses temas e pautas ainda não eram, infelizmente, enfrentados pela Ordem. Mas, como esse Conselho é pleno, ele é soberano, e ele pode e deve alterar e adequar a vanguarda dos tempos, eu deixo aqui a reflexão para que, a partir da próxima gestão, nós possamos entregar a um homem e uma mulher a Medalha Rui Barbosa. Então, em dezembro eu formalizarei a proposição, que será, se aprovada, uma conquista não só histórica, mas também coletiva do CFOAB”, finalizou.