Feira de aprendizagem encaminha adolescentes para o mercado de trabalho

Na última sexta-feira (14), o auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) ficou lotado, ao abrigar a 2ª Feira de Aprendizagem da Grande Vitória. O evento faz parte do projeto Feira Livre de Trabalho Infantil, uma iniciativa do Fórum Estadual de Aprendizagem, proteção ao Adolescente Trabalhador e Erradicação do Trabalho Infantil (Feapeti), junto com órgãos públicos e privados.  Na abertura do evento, a presidente do TRT-17, elogiou o trabalho de todas as pessoas envolvidas nas ações. “Gostaria de parabenizar todos os parceiros e os adolescentes do projeto Feira Livre de Trabalho Infantil. Vemos, aqui, o resultado prático desse projeto na vida de vocês.”  A magistrada ressaltou que toda criança e adolescente tem o direito de brincar: “Temos de querer para todas as crianças o que queremos para nossos filhos. Eu não quero meu filho trabalhando, eu quero meu filho brincando, estudando, se divertindo…, pois assim, na hora certa, ele estará qualificado e trabalhando”.  Presidente do TRT-17 Daniele Santa Catarina na abertura do evento.A magistrada com autoridades da mesa de honra. Ativismo Social O evento contou com uma apresentação do ativista social e defensor dos direitos das crianças e adolescentes Felipe Caetano da Cunha. O jovem cearense tornou-se símbolo da luta contra trabalho infantil.Ele conta que começou a trabalhar ainda criança na praia com seus familiares, o que era considerado “natural” na época, para ajudar a família. “É melhor uma criança trabalhando do que roubando ali na esquina”, costumavam dizer.  O ativista falou sobre a diferença de oportunidades oferecidas às crianças na sociedade. “Quem diz para um filho de juiz que não trabalha que no futuro ele será marginal? Ninguém. Agora, para o filho de pessoas pobres costumam dizer isso. Justamente porque negam à essas crianças as mesmas oportunidades que as ricas têm”. O ativista Felipe Caetano da Cunha……desperta a atenção do público com sua história.Feira Livre de Trabalho Infantil O objetivo do projeto é tirar das ruas crianças e adolescentes que exercem diversos tipos de trabalho infantil, em feiras livres, vias públicas na Grande Vitória e outros locais. Após abordar os jovens, a equipe faz o cadastro deles e encaminha para o Sistema S (Sesi/Senai/Senac, dentre outros) para contratação profissional.  Para que os adolescentes possam ser inseridos no mercado de trabalho como aprendizes, algumas condições precisam ser cumpridas. É providenciada a documentação daqueles que não possuem documentos e a matrícula escolar daqueles que estão fora do colégio. Entidades parceiras oferecem vagas……e cadastram os adolescentes para o contrato de trabalho.Para o auditor do Trabalho e idealizador do projeto, Péricles Rocha de Sá Filho, o momento foi de felicidade. Afinal, sessenta e oito adolescentes, muitos em vulnerabilidade social, terão a primeira carteira assinada da família e um futuro longe do trabalho infantil, alcançando novas perspectivas e oportunidades em suas vidas.  Péricles agradeceu aos parceiros que sempre abraçaram e acreditaram no projeto: “Aos nossos parceiros que sempre estão conosco debaixo de chuva, sol, aos sábados e domingos, fora do expediente de trabalho, o nosso sincero agradecimento. Agradeço também às empresas parceiras, pois sem elas não teríamos as oportunidades para contratar esses jovens”. Dirigindo-se aos jovens, acrescentou: “Acredito que esse é o melhor caminho, para que vocês tenham novas oportunidades e novas perspectivas em suas vidas, esse é somente o início, aqui há muitos jovens com potencial para alcançar o que quiserem.” O auditor-fiscal do Trabalho, Péricles Rocha de Sá Filho. A juíza do TRT Denise Marsico do Couto, gestora regional do Programa Trabalho Infantil.O Projeto Feira Livre de Trabalho Infantil conta com apoio do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo, Ministério Público do Espírito Santo, os Serviços Nacionais de Aprendizagem, Entidades Formadoras, Secretarias de Assistência Social e a sociedade civil.   Matéria de teor meramente informativo, sendo permitida sua reprodução mediante citação da fonte. Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) Coordenadoria de Comunicação Social e Cerimonial (CCOM) – [email protected]  Texto: estagiário Henrique Tuler sob a supervisão da CCOM / Fotos: Edson Torres