O advogado Christian Henriques Neves, presidente da 16ª Subseção da OAB/ES (Iúna, Ibatiba e Irupi), é o autor de iniciativas que têm colaborado para evidenciar a importância da advocacia do interior e sua contribuição para o sistema OAB. Além de ter se tornado um incansável defensor das demandas de sua região, partiu de sua gestão, por meio da atuação da Comissão da Mulher Advogada (CMA), a ideia de construir um espaço acolhedor que preservasse mulheres vítimas de violência na hora que estas buscam o amparo do Estado para formalizar uma denúncia. A Sala Lilás, projeto mantido pela Ordem em parceria com o município de Ibatiba e o governo capixaba, tornou-se verdadeira referência. Tanto que a Seccional apresentou proposta de expandi-lo para as demais subseções do Espírito Santo em uma reunião do Colégio de Presidentes realizada no segundo semestre do ano passado. Para além, se tudo correr como planejado, ainda no mês de julho ocorrerá a inauguração da nova sede da 16ª Subseção. A obra, realizada com recursos da OAB/ES, teve o lançamento de sua pedra fundamental ainda no segundo semestre de 2021. Segundo revelou o presidente Christian Henriques Neves trata-se de sonho antigo, almejado desde a gestão anterior.
A nova sede é um marco importante?
Este é um sonho antigo que veio desde o primeiro mandato e está sendo consolidado agora. Acredito que a nova estrutura é um símbolo desse novo tempo que estamos implantando, com uma OAB mais próxima e ativa na sociedade.
O reconhecimento ao projeto Sala Lilás é motivo de orgulho?
Sim. Com a iniciativa fizemos uma sala humanizada para as mulheres vítimas de violência. O espaço encontra-se localizado ao lado da delegacia de Ibatiba. Nele temos um estagiário e oferecemos todo o suporte da nossa subseção, por meio da CMA. As vítimas são acolhidas, não raro acompanhadas dos filhos, e ficam mais à vontade para prestarem declaração, sem serem vistas. Oportuniza a estas mulheres a liberdade de contarem o que realmente está acontecendo, bem como sentirem-se seguras por meio de medida protetiva.
Quais são as principais necessidades da advocacia na região?
A principal demanda que temos é a falta de um juiz titular. Hoje juízes de Alegre atendem em Iúna, na 1ª Vara. A juíza da 2ª Vara atende na Vara de Execuções Penais, em Vitória. Não diria que os magistrados que estão atendendo aqui não dão conta da demanda. A boa-vontade deles é grande, mas sabemos que é humanamente impossível resolver tantos processos. Somente em Iúna temos cerca de seis mil processos em uma vara e outros três mil em outra. É muita coisa.
Como avalia ter sido reeleito com mais de 93% dos votos válidos?
A reeleição foi em consequência de um trabalho que vínhamos desenvolvendo com toda a advocacia, sem ter lado político. Resulta também do fato de estarmos engajados na sociedade, buscando ressaltar o posicionamento da Ordem em temas importantes, como a “infância e a juventude” e a “segurança pública”. Mas, reconheço, temos ainda muito para fazer e contribuir.