Advogado e professor de Direito Processual Civil, o presidente reeleito José Antônio Neffa Junior já contribuía há anos com a 8ª Subseção da OAB/ES, em Vila Velha, antes de assumir sua primeira gestão, em 2019. Foi Conselheiro Suplente no período de 2013/2015, e Conselheiro Titular em 2016/2018. Na mesma época recebeu convite para integrar a Diretoria da Escola Superior da Advocacia (ESA-ES), em razão dos numerosos cursos e seminários jurídicos que promovia. Apaixonado pelo magistério e defensor do diálogo com a classe, foi reeleito no último dia 18 de novembro com 70,13% dos votos válidos. Na entrevista a seguir comenta o resultado, antecipa projetos para o próximo triênio e confirma que a presidência do TJES acolheu requerimento do “balcão virtual”, ferramenta para atendimento remoto da advocacia que, se der certo, poderá ser expandido para a Justiça Estadual de todo o ES.
Como o senhor avalia o fato de ter sido reeleito presidente da maior Subseção do Espírito Santo com mais de 70% dos votos válidos?
É uma felicidade muito grande. Durante os últimos três anos, ladeado por minha diretoria e conselho, me dediquei e busquei o melhor para a advocacia de Vila Velha. É claro que havia uma expectativa de qual seria o resultado da eleição. Acho que o percentual de votos obtidos foi um bom termômetro para demonstrar uma avaliação positiva da nossa gestão.
O senhor está finalizando um triênio e começará um novo ciclo em janeiro. Manterá a metodologia de trabalho?
Nossa gestão foi baseada no diálogo com a classe e em muito trabalho. Aliás, essa sempre foi uma característica da Subseção de Vila Velha. Fomentamos a participação da advocacia em nossos projetos e pretendemos manter essa metodologia.
Seria prematuro falar de metas?
Já estamos planejando. Temos a intenção de dar continuidade a vários projetos que deram certo e que foram bem recebidos, mas com certeza implementaremos muitos outros que não puderam ser realizados em função da pandemia. Mas, apenas a título exemplificativo, a intensificação do diálogo com o Poder Judiciário Estadual para pensar em conjunto soluções que melhorem a qualidade do serviço jurisdicional, melhorar ainda mais as estruturas físicas de apoio à advocacia em Vila Velha e promover a capacitação técnica dos advogados e advogadas são metas que serão buscadas no próximo triênio.
Quais são hoje, em sua opinião, as principais demandas da advocacia capixaba?
Penso que o maior desafio que temos é buscar melhorias na qualidade do serviço jurisdicional. E isso passa, sem dúvida, pela virtualização do acervo dos processos judiciais físicos aqui no Espírito Santo, aprimoramento das rotinas cartorárias e melhora no atendimento à advocacia. Recentemente, com o objetivo de melhorar o atendimento à classe, enviei para a Presidência do TJES, um requerimento assinado em conjunto com o Juiz Diretor do Foro de Vila Velha, por meio do qual requeri autorização para que os juízos da Justiça Estadual do nosso município sirvam como um laboratório para a implantação do “balcão virtual”, ferramenta de videoconferência para atendimento remoto da advocacia que, se der certo, poderá ser expandido para a Justiça Estadual de todo o ES. A Presidência do TJES acolheu nosso requerimento e determinou que o setor de TI desenvolvesse a ferramenta. Sem dúvida uma grande vitória.
Como o senhor vê a atual fase da 8ª Subseção da OAB/ES?
Sou suspeito para falar (risos). Tenho muito orgulho de presidir a OAB de Vila Velha. Somos a maior Subseção do Estado, com as melhores estruturas de apoio à advocacia nos fóruns e em nossa sede. Contamos com um excelente diálogo com o Poder Judiciário, temos em nossa Subseção uma pós-graduação de altíssimo nível em Processo Civil que está sendo um sucesso, as Comissões fazendo um bom trabalho e os eventos que promovemos normalmente ficam lotados. Sem dúvida passamos por um bom momento, mas para mim, a característica mais marcante de nossa Subseção talvez seja a união da classe. Em Vila Velha conseguimos manter um excelente relacionamento com a advocacia, que se faz presente no nosso dia a dia. É muito gratificante ver os colegas caminhando ao nosso lado.
A pandemia ampliou os desafios?
Com certeza. Tivemos que lidar com situações nunca antes vividas. A restrição de acesso aos fóruns, aos juízes e aos processos judiciais trouxe problemas para a advocacia. Vários colegas passaram por sérias dificuldades financeiras. Mas a Ordem se fez presente e batalhou por melhores condições para a classe. Tanto a Seccional como as Subseções se mobilizaram para tentar minimizar os problemas que recaíram sobre a advocacia. Acho que, como Instituição, saímos fortalecidos pela atuação que tivemos nos momentos mais graves da pandemia.
O apoio da classe é importante?
Muito importante. O apoio da classe legitima nossas ações como gestores da OAB. É muito bom quando sabemos que a advocacia está caminhando conosco.