Para parte da advocacia capixaba, em especial para os advogados e advogadas da área de abrangência da 2ª Subseção da OAB-ES, que compreende os municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Vargem Alta, Muqui e Mimoso do Sul, o nome do advogado Ubaldo Moreira Machado ressoa como um sinônimo de respeito, dedicação e excelência. Ex-presidente da 2ª Subseção da OAB-ES durante os triênios de 1998/2000, 2001/2003 e 2004/2006, ele liderou a Ordem com um compromisso inabalável, deixando, por assim dizer, um legado duradouro do trabalho feito à época pela diretoria e o conselho da 2ª Subseção. Na entrevista abaixo, em um diálogo exclusivo, o advogado reflete sobre sua trajetória, as conquistas de sua gestão e os obstáculos enfrentados, oferecendo uma visão privilegiada sobre a evolução da advocacia capixaba e a importância de uma OAB forte e bem conduzida. Suas palavras permitem reconstituir parte do passado de uma instituição fundamental à defesa do Estado de Direito e da justiça social, mas, igualmente, aos valores que continuam a guiar a luta pelos direitos dos advogados e advogadas.
Quais foram os principais desafios que a 2ª Subseção enfrentou ao longo dos anos em que esteve como presidente e como foram superados?
O maior desafio enfrentado foi a construção de nossa sede própria. Acredito que hoje seja a melhor do Espírito Santo. Com total apoio do nosso presidente da época, Dr. Agesandro da Costa Pereira, conseguimos entregá-la aos colegas do sul do Estado.
Poderia compartilhar os momentos mais marcantes de sua gestão?
Costumo dividir com meus colegas todas as conquistas da Subseção, enquanto estive na sua presidência. É difícil mencionar quais foram as mais relevantes, até porque já são decorridos vários anos e a memória costuma nos trair, contudo vou tentar lembrar de algumas. Fizemos, por exemplo, o estreitamento com as demais Subseções do Estado e uma aproximação entre todos os colegas das comarcas abrangidas pela nossa (Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta, Muqui, Mimoso do Sul e Atílio Vivacqua). Além disso, conseguimos realizar ao longo de nossas gestões, por ocasião do “Dia do Advogado”, que transformávamos em “semana do advogado”, uma grande confraternização com churrasco, jantar dançante e palestra para todos os profissionais.
Como avaliaria o período em que esteve à frente da presidência?
Aqui, com a devida “vênia”, abro um parêntese para dizer que fomos agraciados com os votos dos colegas e das colegas em quatro pleitos, mas nos últimos dois anos fomos substituídos pela nossa amiga, a vice-presidente Maria Salomé de Freitas Costa, tendo em vista meu afastamento para ocupar o cargo de Procurador-Geral do Município, atendendo convites dos prefeitos municipais. Por fim, posso afirmar que desempenhei minha gestão primeiramente, com muito orgulho, em servir à nossa categoria sem esperar nada em troca, a não ser ver a satisfação dos colegas.
Quais foram os principais obstáculos que enfrentou ao liderar a Subseção e como os superou?
Digo, com muito orgulho, que minhas gestões foram tranquilas, não enfrentando nenhum obstáculo.
Como o senhor percebeu a evolução da advocacia capixaba ao longo dos anos em que esteve à frente da Subseção?
A evolução da advocacia deu-se pela criação de mais cursos de direito e o interesse em cargos que exigem essa formação superior, motivando sempre o estudo direcionado para as mais diversas áreas.
Qual é o legado que o senhor acredita ter deixado para a 2ª Subseção após o término dos seus mandatos?
Sinceramente, a união, o esforço conjugado de toda nossa equipe foi o fator preponderante para deixar laços de amizade, conhecimento e carinho com os colegas. Deixamos uma OAB de portas abertas para toda a advocacia capixaba.
Como o senhor vê o papel da Subseção na promoção dos direitos e prerrogativas dos advogados durante o seu período como presidente?
Todos os profissionais do direito, indistintamente, tiveram seus direitos e prerrogativas garantidos pela Lei 8.906/94 e pela Constituição Federal. Fizemos questão de trabalhar para que todos fossem respeitados.
Quais são os valores e princípios que norteiam o trabalho da 2ª Subseção e como eles são transmitidos aos seus membros?
Os valores e princípios que norteiam o trabalho de todas as Subseções, não só o da nossa, são aqueles insculpidos na Lei 8.906/94, e acredito que é dessa forma que eles são transmitidos a todos os membros.
Qual é a importância do fortalecimento da OAB-ES e suas Subseções para o Estado de Direito e a democracia brasileira?
Uma OAB forte e bem conduzida por seus diretores, reflete confiança e traduz respeitabilidade para o Estado de Direito e à democracia brasileira.
Na opinião do senhor, quais são os principais desafios que a advocacia capixaba enfrenta atualmente?
Na minha modesta opinião, sinto que o maior desafio que a advocacia capixaba tem enfrentado é a morosidade na tramitação dos processos. E para solucionar essa situação é necessária uma atuação mais enérgica por parte da OAB junto aos tribunais e fóruns regionais. Nós, advogados, estamos sendo vítimas dessa morosidade por parte de alguns magistrados.
Que conselho daria para os futuros líderes e membros da 2ª Subseção com base em sua experiência e trajetória na instituição?
Relativamente aos futuros líderes e membros, não só da 2ª Subseção, mas, também, da OAB Seccional Espírito Santo, lembro que ao almejarem tais cargos na instituição, devem, antes de tudo, reconhecerem que tal posição é de extrema responsabilidade e doação e, acima de tudo, atuação independente.
