Que a atual gestão que se encerra no próximo dia 31 de dezembro foi um marco importante na história da 2ª Subseção da OAB-ES ninguém discute. Na verdade, um observador que se dispuser a examinar de maneira justa o trabalho realizado nos últimos seis anos, em defesa da advocacia regional, não deixará que passem despercebidas uma série de realizações significativas, iniciadas ainda em 2019.
Da relação poderiam ser citados, a título de exemplo, o restabelecimento e ampliação da Comissão da Mulher Advogada (CMA) ou, ao longo do período, a instituição das Comissões de Igualdade Racial (2020) e de Diversidade Sexual e de Gênero (2024), dentre tantas outras de relevância notoriamente inestimável.
Igualmente poderiam ser mencionados os numerosos eventos de conhecimento e aprimoramento profissional promovidos pela Ordem com o apoio das comissões temáticas, o suporte oferecido aos advogados e advogadas inscritos durante a pandemia de Covid-19 e, no caso de Cachoeiro (2020), Vargem Alta e Mimoso do Sul (2024), a ampla ajuda ofertada durante as enchentes regionais.
Para além, caberiam na relação de feitos a publicação periódica de uma revista institucional para a advocacia, a virtualização de serviços essenciais, como o atendimento da secretaria da subseção, a transição para um portal moderno que, não por acaso, bate sucessivos recordes de acesso, e, até mais importante, a reforma do edifício onde encontra-se instalada a OAB Cachoeiro de Itapemirim, a implantação em parceria com a seccional do projeto “Meu Escritório” e da sala de apoio de Muqui, bem como o necessário enfrentamento à pretensão de fechamento de pelo menos três fóruns da região.
Sem esgotar uma evidente longa lista de realizações, fato é que, determinados a estabelecer condições que melhorassem sensivelmente o exercício profissional da advocacia nos cinco municípios da área de abrangência da subseção, a diretoria e o conselho que encerram um ciclo de trabalho no final deste mês, realizaram ações que, não sem motivo, permanecerão registradas de modo perene na memória de boa parte dos cerca de 1.656 profissionais inscritos.
Para o advogado Adílio Domingos dos Santos Neto, que presidiu a 2ª Subseção da OAB-ES desde 2019, nenhuma, no entanto, talvez seja mais significativa do que ter “aberto as portas da Ordem para os advogados e advogadas”, bem como para a sociedade em geral.
“Acho que nossa principal conquista, a maior, foi a real abertura da OAB para a advocacia e o público”, explica. Como ele mesmo observa, a iniciativa faz parte de um movimento que começou ainda na gestão de seu antecessor, mas que, por desejo e mérito da atual diretoria e conselho, foi aprofundada sensivelmente ao longo dos últimos anos. “É importante anotar outros avanços, mas acho que a nossa maior marca foi realmente esta”, destaca.
Essa observação, necessário que se diga, é compartilhada em boa medida pela advogada Kenia Pacifico de Arruda, tesoureira da 2ª Subseção da OAB-ES nos dois últimos mandatos. Para ela, o legado que a atual gestão deixará para as próximas administrações é muito positivo.
“Acredito que o legado que deixamos é estrutural, com sede reformada, salas ativas, escritórios reformados e equipados e também em termos de inserção da advocacia na Ordem, com a criação de diversas comissões atuantes que inseriram os advogados nas atividades da nossa subseção”, comenta.
Kenia, cuja missão precípua foi, dentre outras, zelar pela saúde financeira da OAB Cachoeiro de Itapemirim, ressalta um outro fato que nem sempre é percebido com clareza por parte dos advogados e advogadas inscritos.
“Talvez alguns colegas não tenham conhecimento, mas as subseções não têm orçamento próprio e são dependentes da seccional. No início do nosso primeiro mandato tivemos uma dificuldade muito grande, mas com um enfrentamento corajoso por parte da diretoria e conselho conseguimos avançar e encontrar uma solução adequada ao longo do tempo”, rememora.
Da relação de mudanças mais significativas implementadas, o advogado Jefferson Barbosa Pereira, atual vice-presidente da 2ª Subseção da OAB-ES, salienta a organização de uma forma geral, o que, segundo explica, proporcionou a solução de pendências existentes. “A atual gestão deixará uma casa organizada e legalizada com a sensação de missão cumprida”, diz.
Jefferson lembra, por exemplo, que a subseção tem hoje um espaço próprio para que a advocacia utilize de equipamentos, assim como conta também com um profissional disponível para auxiliar a todo advogado ou advogada que precise de orientação ou ajuda.
“Entendo que as pessoas quando se propõem a colocar o nome à disposição da classe para representá-la, presume-se que se tenha em mira projetos de melhorias e ampliação do que foi fornecido. A nossa administração se dedicou em dar dignidade a advocacia e soluções a todas as demandas apresentadas, indo onde foi chamada e mesmo onde não foi”, comenta.
Como ele mesmo aponta, a organização, as soluções das demandas com rapidez e o carinho com a advocacia são legados incontestáveis que serão deixados por uma gestão marcada por longos anos de zeloso trabalho.
Publicado na revista Advocacia, edição nº 11
