Inclusão é direito: evento debate acessibilidade e igualdade de oportunidades no trabalho

O encontro “Direito, Arte e Diversidade: Desafios para a Inclusão de Pessoas com Deficiência”, realizado nesta sexta-feira (20) no Auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES), teve sua abertura marcada pela apresentação cultural dos assistidos pelo projeto Vitória Down. O Grupo Revoada encantou os presentes ao interpretar “Paciência”, de Lenine, e “Ciclo Sem Fim”, tema do filme O Rei Leão. No discurso de abertura do evento, a vice-presidente do TRT-17, desembargadora Alzenir Bollesi de Plá Loeffler, agradeceu ao grupo e destacou a importância do evento: “Sejam bem-vindos, ocupem cada pedacinho deste palco, cada pedacinho deste prédio, que representa um direito social. Essa apresentação ficará na memória de todos nós.”  A juíza Rosaly Stange Azevedo, integrante do Subcomitê Gestor Regional do Programa de Equidade, Raça, Gênero e Diversidade (SUBCOPERGD), também elogiou as apresentações culturais: “Vocês trouxeram beleza, arte e leveza para este evento.”  Confira AQUI as fotos do evento. O evento foi uma realização conjunta do SUBCOPERGD, do Subcomitê de Acessibilidade e Inclusão (SUBCOACE) e do Programa Trabalho Seguro do TRT-17, com apoio da Escola Judicial do TRT-17 em homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro.  “Nada sobre nós, sem nós”  O juiz de Direito Luís Ricardo Catta Preta Silva Fulgoni (TJPR) abordou o tema “Desafios para a Inclusão de Pessoas com Deficiência”, mediada pela juíza do Trabalho Valéria Lemos Fernandes Assad (TRT-17). No inicio de sua fala, o magistrado compartilhou um relato pessoal: “Tenho uma deficiência oculta. Sou autista. Sinto-me muito honrado em participar deste evento, pois, de fato, as pessoas com deficiência precisam falar sobre deficiência. Temos um lema que diz ‘Nada sobre nós, sem nós’, ou seja, se for para falar sobre pessoas com deficiência, que fale uma pessoa com deficiência”.    Fulgoni destacou a importância da representatividade e disse que recebe relatos de magistrados, servidores e advogados que convivem com algum tipo de deficiência oculta, mas optam por não expor sua condição por medo de terem seu trabalho invalidado.  “Nós precisamos quebrar este paradigma de que a deficiência implica em incapacidade. Sim, nós precisamos de apoio, mas somos pessoas capazes e podemos contribuir para a sociedade”, enfatizou o magistrado.   Desafios na inclusão   Para a presidente do Vitória Down, Lisley Sophia Nunes Dias, a inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho ainda é um grande desafio. “A maioria das vagas para PCDs é destinada a pessoas com deficiências motoras ou visuais. Para as pessoas com deficiência intelectual, o desafio é maior, pois poucas empresas abrem as portas”, afirmou. Lisley explicou que o trabalho da Vitória Down é justamente qualificar essas pessoas, facilitando sua inserção no mercado.  Perspectivas únicas  O evento também marcou a inauguração da mostra fotográfica “Olhares”, resultado de uma oficina realizada pela Vitória Down. Sob a orientação da professora Érika Mariano, os participantes exploraram o universo da fotografia utilizando celulares. “Esse trabalho é essencial para que as pessoas com deficiência possam alcançar novos espaços e fortalecer sua inclusão, tanto como indivíduos quanto como artistas”, comentou Érika.  Os expositores Alan Coutinho Souza e Daniela Frigeri Campos compartilharam a satisfação de participar da oficina: “O que mais gostamos foi de tirar as fotos e vê-las expostas.”  A exposição “Olhares” está em exibição no foyer do Auditório do TRT-17 até o dia 27 de setembro, com visitação aberta ao público das 12h às 19h. A entrada é gratuita. Matéria de teor meramente informativo, sendo permitida sua reprodução mediante citação da fonte. Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) Coordenadoria de Comunicação Social e Cerimonial (CCOM) – [email protected] Fotos: Nicoly Reis e Henrique Tuler, estagiários sob supervisão da CCOM