Em entrevista à série “Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito”, publicada nesta terça-feira (15/7) pela revista eletrônica Consultor Jurídico, o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, afirmou que a polarização ideológica no Brasil acentuou as mazelas sociais e defendeu a retomada urgente do diálogo como ferramenta essencial para superar o clima de embate político no país.
“A Ordem tem buscado soluções a partir do diálogo. Temos dialogado com todas as autoridades do Brasil e com todos os segmentos da sociedade. Essa é a ferramenta capaz e mais poderosa para que nós possamos superar essa grande fase de polarização que está instalada no Brasil”, disse Simonetti.
A entrevista foi concedida durante o 13º Fórum de Lisboa, realizado no início de julho, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em Portugal. Durante a conversa, o presidente da OAB Nacional reforçou a importância de que convicções, ideologias e escolhas partidárias sejam respeitadas, mas alertou que o país não pode mais permitir a incomunicabilidade entre os extremos.
Simonetti acrescentou, ainda, que o Brasil enfrenta hoje graves consequências de uma divisão ideológica prolongada, a qual contribuiu para o aprofundamento de desigualdades e impediu avanços em áreas cruciais. “O Brasil hoje registra tantas e tantas mazelas, flagelos de uma disputa ideológica que não levou o Brasil a lugar nenhum. O Brasil precisa parar de ver a fome na rua e ver cumpridas as cláusulas pétreas da Constituição da República, com o Estado tendo condições de cumpri-las, seja onde for”.
Ao destacar o papel da Ordem no atual cenário político e social, o presidente do CFOAB reforçou que a entidade tem mantido conversas com todos os poderes e setores da sociedade civil, buscando convergência em torno de soluções para os desafios mais urgentes do país.
“É por isso que a OAB, atenta a essa necessidade pela qual o Brasil passa, está conclamando a sociedade brasileira, a classe política, o Judiciário, a sociedade civil e todos os seus representantes para que possamos, imediatamente, dar início a uma campanha de repacificação do Brasil”, ressaltou.