A OAB fará luto de sete dias pelo falecimento de seu ex-presidente Marcello Lavenère, neste domingo (12/1). Membro honorário vitalício do Conselho Federal da OAB, o advogado presidiu a Ordem de 1991 a 1993, um período marcante da história do Brasil e da instituição, que liderou a sociedade no processo que resultou no impeachment do então presidente da República Fernando Collor de Mello.
O luto foi decretado pelo vice-presidente nacional e presidente em exercício da OAB, Rafael Horn. Para ele, “a atuação de Lavenère na advocacia e na OAB é exemplo para todos que têm compromisso com a profissão”. Horn disse ainda que “o legado de Lavenère é de luta permanente”.
O presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, afirmou que Lavenère é uma das referências para a advocacia. “O sentimento que nos toma é de tristeza. Quem partiu foi um dos imprescindíveis da advocacia. Um homem com alma generosa e solidária. O presidente Marcelo nos deixa ensinamentos de coragem e altivez. Que descanse em paz na eternidade. À família e aos amigos, registro meu sincero pesar”, disse Simonetti.
O membro honorário vitalício da OAB e presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da entidade, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, afirmou que o Brasil “perdeu um líder nato”. Para Coêlho, que presidiu a OAB de 2013 a 2016, “o Nordeste deixa de contar com um jurista de escol. A advocacia e a sua entidade, a OAB, não mais terão a presença física de Marcello Lavenère, nosso eterno presidente. Seus ensinamentos, exemplo, postura e atitude permanecerão como legado a nos inspirar pela construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária”.
Felipe Santa Cruz, que presidiu a OAB de 2019 a 2022, afirmou que “a advocacia perde um gigante”. Ele acrescentou que “nos deixou hoje o eterno presidente Marcello Lavenère Machado. Exemplo de líder, modelo de colega. Que receba a justa morada ao lado do Senhor.”
Claudio Lamachia, presidente da OAB de 2016 a 2019, manifestou seus sentimentos à família e aos amigos de Lavenère. “A OAB está de luto pela perda do presidente Marcello Lavenère Machado, dirigente de atuação marcante à frente de nossa instituição. Sua obra e atuação em favor da classe se manterão vivas e atuais, ao lado dos grandes nomes de nossa profissão e do direito brasileiro”, afirmou.
Para Ophir Cavalcante Junior, que foi presidente da instituição de 2010 a 2013, Marcello Lavenère “honrou a história da OAB e da advocacia brasileira ao defender a democracia em nosso país. Foi um exemplo sobre o compromisso que nos advogados devemos ter na defesa da justiça social”.
Cezar Britto, presidente da OAB de 2007 a 2010, afirmou que Lavenère “segue nos inspirando enquanto paradigma de presidente da OAB, advogado da belas lutas, cidadão que fez da democracia uma missão e nordestino que não recusava pelejar em nome da liberdade”. “Ele hoje habita as melhores páginas da nossa História, eternamente”, complementou.
Repercussão externa
Ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-presidente da OAB-AL, Humberto Martins:
“A morte do alagoano e advogado brasileiro Marcello Lavenere Machado uma grande perda para a advocacia e cidadania brasileiras! O ex presidente da OAB/CF foi um defensor intransigente do estado democrático de Direito! O advogado Lavenere deixa um importante legado na história da advocacia do Brasil! Todos nós de lutos,advocacia,instituições democráticas e cidadania com o falecimento desse grande brasileiro! Todos nós de mãos dadas! Sempre juntos! Abraço Humberto Martins.”
Advogado-geral da União, Jorge Messias:
“O Advogado-Geral da União (AGU) manifesta profundo pesar pelo falecimento do ilustre advogado, professor universitário e ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Lavenère Machado, alagoano que marcou sua trajetória pela dedicação inabalável à justiça social e à democracia em nosso país.
Marcello Lavenère deixa um legado memorável para a advocacia e para a sociedade brasileira. Durante sua atuação à frente da OAB, desempenhou papel crucial em momentos históricos da luta democrática do Brasil, destacando-se pela firmeza de princípios, coragem e compromisso com os valores fundamentais do Estado Democrático de Direito.
Sua atuação como presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça foi igualmente marcante, consolidando-se como um defensor dos direitos das vítimas de perseguição política durante o regime militar. Por meio de seu trabalho na Comissão, Lavenère reafirmou o compromisso com a justiça de transição, a memória e a reparação histórica, contribuindo para a construção de um país mais justo e reconciliado com seu passado.
Como professor universitário, inspirou gerações de juristas, formando advogados comprometidos com a ética, a justiça e os direitos humanos. Sua vida foi um exemplo de dedicação incansável às causas da democracia, da cidadania e da justiça social, sempre pautada pelo diálogo e pelo respeito às instituições.
Manifesto, por fim, minha solidariedade aos familiares, amigos e colegas de Marcello Lavenère neste momento de luto. Que sua memória seja um farol para todos aqueles que acreditam e lutam por um Brasil mais justo, igualitário e democrático.”