Capacitação, empregabilidade e autoaceitação. Pensando nisso, foi criada a oficina de fotografia Transeuntes voltada para a comunidade LGBTQIAPN+, com foco especial em travestis e transexuais. Durante seis encontros, os participantes exploraram aspectos técnicos e práticos da fotografia, como composição, técnicas de iluminação e fotografia de rua, entre outras atividades, ministradas pelo professor Virgílio Libardi. As aulas teóricas e práticas ocorreram na Escola Judicial do TRT-17 e na sede do grupo Gold (Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade). Aula com o professor Virgílio Libardi na Ejud17……e na sede do Gold (foto: Pablo Vieira).As fotos foram produzidas pelos alunos com câmeras e com celular. O resultado da oficina poderá ser conferido numa exposição fotográfica, com trabalhos selecionados, a ser inaugurada no dia 10/7 no TRT-17, onde ficará até o dia 22. E de 23 a 27/7, será exibida na 6ª Semana de Cidadania LGBTQIA+, na Casa Verde, no Centro em Vitória. “Eu busquei expressar nas fotos os meus sentimentos, deixar registrado o meu olhar”, disse o aluno Pedro Zoboli. O que mais entusiasmou Vinícius Abelardo, que já havia feito cursos de fotografia, foi a parte técnica da oficina. “Eu gostei muito de aprender como manipular a câmera”, disse o jovem. O instrutor da oficina, Virgilio Libardi, descreveu sua participação como “uma experiência transformadora e profundamente enriquecedora”. Para Virgílio “a oficina de fotografia não foi apenas sobre ensinar técnicas e desenvolver projetos autorais. Foi uma jornada de autodescoberta, empatia e conexão”. Finalizou dizendo que “espera que os ensaios fotográficos criados não só inspirem outras pessoas a entender e respeitar as vivências das pessoas trans, mas também a questionar e desafiar as normas heteronormativas que prevalecem em nossa sociedade”. Pedro coloca sentimentos nas fotos. Vinícius se interessa pela técnica da fotografia.Dignidade a todas as existências A oficina foi uma iniciativa do Programa de Educação Tutorial Conexões de Saberes Educação (PETLic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES), o Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) e o grupo Gold. O objetivo foi capacitar esse grupo populacional que ainda enfrenta dificuldades de contratação por preconceitos ou falta de qualificação. Alunos da oficina na sala de aula da Ejud17.Na frente, a partir da esquerda: João Porto, professor da Ufes; Pablo Vieira, educador social da Gold; Fernanda Naves, procuradora do MPT-ES; Fábio Bonisson, juiz auxiliar da Presidência do TRT-17.A vice-coordenadora do Subcomitê de Prevenção ao Assédio, juíza Suzane Schulz Ribeiro, reafirmou o compromisso do Regional capixaba no combate a todas as formas de discriminação e à transfobia. Ela ressaltou que “o TRT-17 tem uma política de respeito a todas as existências, à maneira com que cada pessoa se expressa, e na luta pela garantia de todas e todos ao direito de ocupar os espaços públicos”. A oficina Transeuntes e a exposição fotográfica com os registros produzidos ao longo dos encontros pretendem lançar uma nova perspectiva sobre o mundo do trabalho, na ótica da inclusão social, disse a magistrada. A juíza Suzane Schulz (de saia azul) e a procuradora Fernanda Naves com os alunos da oficina Transeuntes.“Ações como esse projeto são imprescindíveis para trazer qualificação, inclusão, dignidade e empoderamento a membros e membras da comunidade LGBTQIAPN+”, destacou a procuradora do Trabalho e coordenadora do Cordigualdade, Fernanda Naves. Tá, mais o que significa a sigla LGBTQIAPN+? Criada nos anos 90, essa sigla passou por diversas modificações ao longo dos anos, refletindo os avanços no debate sobre gênero e sexualidade. Com o tempo, a sigla foi expandida para incluir e dar visibilidade a outros grupos. Fonte: sites “Globo”; “Nós, Mulheres da Periferia”, dentre outros. Dados da população LGBTQIAPN+ no Espírito Santo De acordo com o presidente do Conselho Estadual LGBT+ (CELGBT+), Filipe Costa Vieira, o número de pessoas que se declaram homossexuais ou bissexuais no Espírito Santo é de 42,7 mil, correspondendo a 1,4% da população adulta do Estado. Em Vitória, existem sete mil pessoas que se autoidentificam como gays, lésbicas ou bissexuais, representando 2,4% da população adulta da capital capixaba. Esses dados são provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) sobre a orientação sexual da população adulta, divulgada em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No telão, fotos produzidas pelos alunos……durante a oficina.Campanha de enfrentamento às discriminações no trabalho Em maio deste ano, o TRT-17 lançou a campanha “Não se cale. Busque ajuda!” para combater assédios e discriminações no ambiente de trabalho. A iniciativa foi do Subcomitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual, com apoio do Programa Trabalho Seguro e do Subcomitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade. Os vídeos foram roteirizados e produzidos pela Coordenadoria de Comunicação Social e Cerimonial (CCOM), utilizando falas retiradas de processos judiciais da Justiça do Trabalho, interpretadas por servidores, estagiários, terceirizados e pelo filho de um magistrado aposentado.Matéria de teor meramente informativo, sendo permitida sua reprodução mediante citação da fonte. Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) Coordenadoria de Comunicação Social e Cerimonial (CCOM) – [email protected] Texto: Francine Costa e Henrique Tuler, estagiário sob a supervisão da CCOM / Fotos: Henrique Tuler / Cristina Fagundes
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